TURMA 2024 - PÓS-GRADUAÇÃO EM ACUPUNTURA MÉDICA - INÍCIO EM MARÇO DE2024

Acupuntura no tratamento oncológico

Neoplasis e os tratamentos para o câncer estão associados com vários sintomas. A fadiga é o sintoma mais comum relatado por pacientes. Sabe-se que 40% das pessoas com câncer na fase inicial ou intermediária, e 90% com câncer avançado, tem dor moderada a grave; até 70% das pessoas com dor de câncer não recebem alívio adequado à dor.

Afrontamentos são comuns em mulheres com histórico de câncer de mama, mas, as terapias hormonais são conhecidas por reduzires estes sintomas, mas não são recomendados para estas mulheres devido aos seus potenciais efeitos indesejáveis.

Mais de 70% dos pacientes gravemente doentes com câncer sofrem de xerostomia e problemas associados a deglutição, mastigação e fala. Leucopenia e neutropenia são efeitos colaterais comuns durante o tratamento do câncer.

Muitos pacientes submetidos à quimioterapia apresentam náuseas e vômitos. Os sintomas podem ser graves, prejudicando a qualidade de vida de um paciente, causando angústia emocional, bem como sintomas relacionados ao câncer, como caquexia, letargia e fraqueza.

 


Como a acupuntura pode ajudar

Dor. Um estudo sistemático fornece evidência limitada de que a acupuntura pode proporcionar alívio da dor a longo prazo em pacientes com câncer. A revisão descobriu que havia uma escassez de ensaios de boa qualidade, embora exemplos mais recentes têm reforçado a pesquisa. Por exemplo, um estudo achou mais eficaz a acupuntura do que o tratamento usual para a dor e disfunção após esvaziamento cervical; no outro verificou-se ser mais eficaz do que a Cobamamida para a neuropatia periférica, devido à quimioterapia; e um terceiro verificou-se ser melhor do que a acupuntura sham para sintomas articulares causadas por inibidores da aromatase.

Fadiga. Dois pequenos ensaios clínicos controlados mostraram que a acupuntura pode ser mais eficaz do que a acupuntura sham, mas ainda mais dados são necessários para uma resposta embasada.

Xerostomia (radioterapia-induzida). Uma revisão sistemática encontrou possíveis benefícios com a acupuntura, embora nem todas as diferenças entre os grupos serem significativas.

Leucopenia. Uma revisão sistemática concluiu que a acupuntura pode eventualmente ser eficaz para a leucopenia induzida pela quimioterapia, embora os estudos eram de má qualidade. Ensaios clínicos randomizados mais recentes verificaram o aumento de granulócitos como fator estimulante de colônias e melhora da leucopenia, bem como aumento dos glóbulos brancos.

Sintomas vasomotores. Uma revisão sistemática de três ensaios em mulheres com câncer de mama, além de outros quatro ensaios recentes trouxeram resultados mistos, a partir do qual é difícil tirar conclusões definitivas. A acupuntura foi tida como superior em dois dos três ensaios; melhor do que a venlafaxina em um dos dois; semelhante ao medicamento relaxante; e menos eficaz do que a terapia hormonal (mas sem os efeitos secundários graves). Há também uma revisão sistemática em relação aos homens com câncer de próstata: os resultados foram promissores, mas todavia muito preliminar.

Náusea e vômito. Três revisões sistemáticas indicaram que a moxabustão ou acupuntura podem ajudar a aliviar náuseas e vômitos, especialmente em situações agudas. Há mais sobre os efeitos da acupuntura sobre estes sintomas no artigo náuseas e vômitos.

Em geral, acredita-se que a acupuntura para estimular o sistema nervoso e provocar a liberação de moléculas mensageiras neuroquímicas. As alterações bioquímicas resultantes influenciam os mecanismos homeostáticos do corpo, promovendo, assim, bem estar físico e emocional.

 


Mecanismos de ação da acupuntura

A pesquisa mostrou que o tratamento com acupuntura pode melhorar especificamente os sintomas associados com câncer e seu tratamento ao:

  • atuar em áreas do cérebro conhecida por reduzir a sensibilidade à dor e stress, bem como promover relaxamento e desativar o cérebro da função ‘analítica’, que é responsável pela ansiedade e preocupação;
  • regular neurotransmissores (ou os seus moduladores) e hormônios, tais como a serotonina, a noradrenalina, a dopamina, o GABA, neuropéptido Y e ACTH; portanto, alterar o a reação química do cérebro para ajudar a combater os estados afetivos negativos;
  • aumentar a liberação de adenosina, que possui propriedades anti-nociceptivas;
  • melhorar a rigidez muscular e mobilidade articular, aumentando a microcirculação local, reduzindo o inchaço;
  • estimular a produção de opioides endógenos que afetam o sistema nervoso autônomo. O estresse ativa o sistema nervoso simpático, enquanto que a acupuntura pode ativar o sistema nervoso parassimpático, que estimula o relaxamento;
  • inverter alterações patológicas nos níveis de citocinas inflamatórias;
  • reduzir a inflamação, através da promoção da liberação de indicadores vasculares e imunomoduladores;
  • inverter mudanças induzidas pelo estresse no comportamento e bioquímica;
  • aumentar os níveis de subconjuntos de linfócitos T, tais como CD (3), CD (4), e CD (8), bem como as células de defesa naturais;
  • aliviar náuseas e vômitos, regulando a atividade mio-elétrica gástrica, modulando as ações do nervo e do sistema nervoso autônomo, que regula as atividades vestibulares no cerebelo;
  • reduzir a náusea induzida por vasopressina e vômitos e suprimindo as contrações peristálticas retrógradas.

A acupuntura pode ser utilizada para alguns dos sintomas de câncer e os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais do câncer, mas não há nenhuma evidência que ela trate diretamente a neoplasia.

 

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Médico especialista em Acupuntura, formado pela Faculdade de Medicina da USP, com especialização e pós-graduação em Acupuntura na China. Fundador e Coordenador do CEIMEC. Doutorado em Ciências pela USP. Professor Colaborador do Instituto de Ortopedia do HC-FMUSP.

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Especialização em Acupuntura Médica

Reconhecida pelo Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura 

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